Bernard Sumner e Peter Hook falam sobre "Blue Monday" (e outras coisas mais) em livro
13 de abril de 2014, 19:21.
Depois de amanhã, dia 15 de abril, a editora nova-iorquina Abrams Image lançará o livro Mad World: An Oral History of New Wave Artists and Songs That Defined the 1980s, de Lori Majewski e Johnathan Bernstein. No estilo Please Kill Me, o famoso título de Legs McNeil e Gillian McCain sobre o punk rock, Mad World trará entrevistas com 35 artistas que contribuíram com a definição do "movimento" new wave na década de 80, dentre eles dois dos fundadores do Joy Division e do New Order, o guitarrista Bernard Sumner e o baixista Peter Hook, que falam sobre a criação de um dos maiores clássicos do gênero, a canção "Blue Monday".
O blog Slicing Up Eyeballs, especializado em música indie, divulgou em primeira mão um trecho do capítulo sobre "Blue Monday". Nele, Sumner revela que a música foi uma espécie de resposta enfurecida dirigida aos críticos musicais, que por sua vez não eram muito simpáticos à banda, apesar deles terem morrido de amores pelo Joy Division pouco tempo antes. Peter Hook, por sua vez, aproveitou que o gravador dos autores estava ligado e falou outras coisas mais, como: "A maneira que o New Order encontrou de lidar com a morte de Ian [Curtis] foi ignorando o Joy Division. E você tem que admitir que funcionou. O New Order se tornou um sucesso no mundo todo, quem sabe até mais bem sucedido que o Joy Division. O problema é que, como éramos jovens, nos contentamos em evitar o sofrimento. Olhando para trás agora, do alto dos meus 56 anos de idade, eu creio que as pessoas que eu perdi me fizeram perceber que aquele sofrimento era um processo muito importante (...) Quando nós tocávamos o material do Joy Division, Bernard não gostava. Ele achava aquilo uma miséria. É uma forma meio grosseira de colocar as coisas, mas eu entendo o que ele quis dizer. New Order é muito mais pop, muito mais leve, muito mais otimista. O material do Joy Division é muito mais obscuro, triste. Além disso, ele escreveu o material do New Order, que eu suponho que tenha muito mais significado para Bernard que o material do Joy Division".
Hooky também deu pistas sobre como se constituiu a sonoridade do New Order - que tem em "Blue Monday" a linha divisória que o separa do Joy Division - e, também, um pouco sobre as raízes das crises entre ele e Sumner:
"Bernard e Stephen, em particular, estavam muito interessados nos experimentos com tecnologia. Eu, por outro lado, tenho que admitir que não estava tão interessado nisso. Eu prefiro rock. Foi a combinação entre meu desejo de estar em uma banda de rock e eles querendo ser uma banda disco que nos deu nosso som único (...) Eu e Bernard escrevíamos as melodias. Havia lá [no New Order] um grande conflito de personalidades. Certamente nós não éramos amigáveis uns com os outros, digamos assim. A única vez que ele pediu uma carona para ir aos ensaios foi quando a bateria do carro dele apagou. E eu, tenho de admitir, nunca lhe telefonei uma vez sequer. É uma questão de ego. Sempre foi eu e ele disputando os holofotes, tanto sobre o palco quanto musicalmente (...) Um dos maiores problemas nos meus últimos tempos no New Order - não o 'New Odor', que é o que eles são agora - é que Bernard estava gerenciando a banda e se alguem o aborrecesse estaria em apuros. Ele se tornou um ditador. Em uma entrevista, ele disse que não tinha espaço para mudar a química da banda - e estava absolutamente correto. A química era que eu tocava o baixo em todas as canções. Ora, se ele quisesse mexer nisso, que saísse e formasse outra banda. De certa forma, foi o que ele fez [referindo-se à "reformulação do New Order"]. Agora eles têm um baixista para quem podem dizer o que tem de fazer e antes eles tinham um baixista com quem não podiam fazer isso e que fazia o que queria. E era isso o que tornava a banda quente e interessante".
AQUI se pode ler o trecho completo (em inglês) extraído do livro.
Site oficial de Mad World: madworldbook.com
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